*Este texto é parte do livro "Gerenciando seu Tempo", de Vanessa Tacchi
FOCO: Manter ou aumentar a produtividade. O trabalho em casa exige as mesmas ou até mais responsabilidades que estar no escritório, onde você já tem um ambiente blindado, rotinas definidas e uma lista de ações a ser tomada a cada dia.
Seguem algumas dicas para conseguir manter ou até melhorar o foco e a produtividade quando em home office:
1. Estabeleça rotinas:
Ter horários definidos para levantar, fazer as refeições e encerrar o expediente, além de deixá-lo(a) mais focado(a), ajuda a proteger suas atividades em família. Nesse período, peça para não ser interrompido(a) e blinde-se de conversas, telefones e barulhos excessivos. A colaboração de toda a família é essencial nesse processo. E, para conseguir isso, aproveite para exercitar a comunicação da família. Em troca dessas horas de "ausência" das atividades em casa, poderá oferecer uma dedicação de maior qualidade em suas horas livres. Use a imaginação!
2. Arrume-se para trabalhar:
Permanecer o dia todo de pijama ajuda a preguiça a dominar e não permite que sua mente perceba que está trabalhando e deve se comportar dessa maneira. Trocar-se para começar o dia ajudará no aumento da sua produtividade.
3. Escritório e a produtividade:
Se não tem um escritório preparado dentro de casa, separe um canto da mesa que será só seu, onde poderá deixar computador, canetas, caderno ou o que mais precisar. E deixe tudo sempre à mão, para melhorar sua produtividade.
4. Tenha períodos de HIPERFOCO:
Evite distrações. Há aplicativos que ajudam nisso (por exemplo: Pomodoro, Foco, Focus Keeper). Dessa maneira, você separa um determinado tempo para se dedicar exclusivamente a uma tarefa, sem interrupções. Isso ajuda muito em sua produtividade!
5. Produtividade através de metas:
Tenha definidas, de preferência em um local visível, suas metas de trabalho. Divida-as, em ações mensais e semanais. Complete sua agenda, para saber exatamente quais serão seus compromissos e suas tarefas de cada dia. Cumpra as tarefas separadas para cada dia.
6. Diga NÃO
Diga NÃO para tarefas que não fizerem parte de sua rotina. Somente dessa maneira, poderá cumprir com assertividade e dentro do prazo as ações para as quais já havia se preparado.
7. Não postergue!
Postergar uma tarefa normalmente é um boicote a tarefas essenciais, mas não tão agradáveis de serem feitas. Delas dependem seus resultados e tarefas futuras, e postergar só lhe trará mais estresse e ansiedade, além de atrapalhar todo seu planejamento. Gerencie suas tarefas e realize-as o quanto antes!
Como descrito por Maurício Brum para a Superinteressante: "Em 1897, o filósofo francês Paul Janet elaborou uma teoria: há uma explicação matemática para sentirmos que o tempo fica mais rápido conforme envelhecemos. A lógica era muito simples: cada ano de nossas vidas representa um pedaço menor do todo. O primeiro ano da nossa existência representa 100% da nossa vida até ali, um ano representa 20% da nossa existência aos cinco anos, essa proporção cai para 2% quando chegamos aos 50. Portanto, à medida que envelhecemos, um ano representa um percentual menor em nossas vidas, fazendo com que tenhamos a percepção de que esse ano "passou tão depressa".
É uma redução exponencial...
Os anos seguintes parecem cada vez mais breves em relação aos anteriores. Poderia ser simples assim, mas nós não analisamos a nossa experiência em termos de porcentagens e proporções. Nossa memória não cataloga o que vivemos de acordo com o tempo que cada acontecimento ocupou diante do todo, mas, sim, de sua relevância e da atenção e importância que damos ao momento.
Pense na última vez que você fez algo novo: acampar no meio do mato, ir àquele show que era um sonho de adolescência, conhecer um novo país ou, simplesmente, trocar um pneu na beira da estrada. É possível que você se lembre desses episódios com uma incrível riqueza de detalhes, mesmo que eles tenham acontecido anos atrás. O mesmo exercício pode ser bem mais difícil quando se pensa no que aconteceu no trabalho durante a semana passada.
Rotina...
Se os seus dias mais recentes não fugiram da rotina, eles não vão deixar muita lembrança. Com o tempo, vão se misturar na memória. Se nenhum dia se destaca, todos eles parecem tão iguais que também acabam deixando a impressão de que passaram muito rápido, porque são condensados em uma única memória -que é lembrada como um período tedioso entre memórias emocionalmente mais relevantes. A rotina é uma das grandes culpadas por sentirmos que o tempo voa.
Como diz a psicóloga britânica Claudia Hammond, em seu livro "Time Warped: Unlocking the Mysteries of Time Perception", "o segredo para alongar o tempo é criar o máximo possível de novas memórias, que façam com que um dia se destaque perante os demais. Quanto mais dias fora do usual você viver, mais longos eles parecerão em retrospectiva."*
Fases da vida...
Perceba: Na juventude e adolescência, a vida está cheia de primeiras vezes: o primeiro dia na escola, a primeira vez que dormimos fora de casa, a primeira viagem sem os pais, o primeiro beijo, a primeira refeição que cozinhamos sozinhos, a primeira transa, o primeiro emprego, o primeiro bebê... Quando ficamos velhos, os acontecimentos se tornam repetitivos. Os pesquisadores estimam que a fase mais prolífica em termos de novidades ocorra entre os 18 e os 25 anos. Depois disso, o que antes era singular e surpreendente se torna parte da rotina e produz menos memórias. Consequentemente, o ano passa correndo, e não percebemos ele passar.
Para agravar, com as novas tecnologias à disposição o dia inteiro, sempre há mais tarefas a serem cumpridas, e a rotina do trabalho invade nossa vida pessoal e nosso lazer sem sequer percebermos. A internet e o celular extinguiram o tédio.
E extinguiram também, muitas vezes, a possibilidade de criarmos vivências e situações novas e gratificantes com as pessoas que amamos, que certamente deixariam lembranças maiores e mais valiosas que as horas que passamos absortos no celular ou na internet.